Carta Mensal - Abril/25

Recuo estratégico

por Oscar André Frank Júnior, Economista

O mês de abril começou com a imposição de sobretaxas para diferentes países visando a reduzir a entrada de produtos estrangeiros no território americano – o chamado "Dia da Libertação". Como resultado, as ações do S&P 500 registraram declínio muito significativo, liderado pelas empresas de tecnologia. A repercussão amplamente negativa obrigou Donald Trump a dar um passo atrás poucos dias depois, através da suspensão das tarifas recíprocas por 90 dias (exceção feita à China). Além disso, tivemos isenções temporárias para a cadeia de semicondutores / eletrônicos e a limitação a 25% da alíquota para o ramo de automóveis. Recentemente, as duas maiores economias do planeta acenaram com a possibilidade de um acordo.

No campo dos indicadores, o PIB dos Estados Unidos no primeiro trimestre de 2025 decaiu 0,3% (taxa anualizada em relação ao período imediatamente anterior da série com ajuste sazonal). O encolhimento foi determinado pela disparada das importações, provocada pela tentativa dos agentes em se antecipar ao encarecimento dos custos. No entanto, a absorção doméstica (consumo das famílias, investimentos e gastos do governo) exibiu força. No que tange ao payroll de abril, a criação líquida de 177 mil vagas com carteira assinada veio melhor do que o teto das projeções – houve, entretanto, revisão que subtraiu 58 mil vínculos nas duas leituras precedentes. A taxa de desocupação permaneceu deprimida (4,2%) e os salários,
apesar da nova moderação, continuaram crescendo em ritmo expressivo nos últimos 12 meses (+3,8%). Já o PCE (métrica preferida de inflação do FED) mostrou desaceleração na passagem de fevereiro para março, tanto para o índice cheio (+2,7% para +2,3%) como para o núcleo, obtido por meio da exclusão de alimentos e energia (de +3,0% para +2,6%). Logo, não é errado concluir que os EUA demonstraram resiliência aos percalços protecionistas...

Resumo Semanal

De 02  a 06 de junho de 2025

DESTAQUES DA SEMANA | DESTAQUE NACIONAL E INTERNACIONAL
RECOMENDAÇÃO DE LEITURA DA SEMANA | AÇÕES EM DESTAQUE NA SEMANA

• O presidente do Banco Central do Brasil disse na segunda-feira que o ciclo de aperto monetário ainda está e que os formuladores de políticas querem preservar sua flexibilidade para assimilar os dados recebidos e calibrar
  a taxa de juros terminal apropriada. "Ainda estamos discutindo o ciclo de caminhadas", disse Gabriel Galipolo em um evento em São Paulo. "Flexibilidade significa que estamos abertos."
  
  
• A taxa anual de inflação ao consumidor da zona do euro desacelerou para 1,9% em maio, ante 2,2% em abril, segundo levantamento preliminar divulgado nesta terça-feira, 3, pela agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. O resultado do mês passado mostra que a inflação do bloco está agora abaixo da meta do Banco Central Europeu, que é de uma taxa de 2%.